O Clima Mudou, os Seguros Também: Compreenda os Impactos e Prepare-se!

Num ápice, as alterações climáticas mudaram o panorama global, e um dos setores mais impactados é o dos seguros. Eventos climáticos extremos, como inundações, tempestades, secas, furacões e incêndios florestais, estão a tornar-se cada vez mais frequentes e severos. Esta realidade põe em xeque o funcionamento tradicional da atividade seguradora, que precisa de se adaptar às novas condições climáticas e à crescente procura por proteção por parte dos seus clientes.

De que forma as alterações climáticas afetam os seguros?

1. Aumento da frequência e gravidade dos sinistros – Eventos climáticos extremos, que outrora eram considerados raros, estão a tornar-se cada vez mais comuns, conduzindo a um aumento no número de sinistros e nos valores das indeminizações a pagar aos segurados.
2. Aumento dos prémios: Com o aumento do risco associado a determinadas áreas ou tipos de cobertura, os prémios dos seguros habitação, automóvel e agrícola têm aumentado de forma significativa. Em algumas zonas, os prémios podem tornar-se tão elevados que poderão ser inacessíveis a uma grande parte da população.
3. Novas coberturas e ajustes nas apólices: As seguradoras estão a ser obrigadas a adaptar os seus produtos de forma a responder a novas exigências do mercado, através da criação de coberturas específicas para eventos climáticos extremos, bem como, por via de ajustes às condições tarifárias das apólices existentes em carteira.
4. Mudança no perfil de risco: O setor agrícola, por exemplo, tem sofrido fortemente com as alterações climáticas. Os seguros agrícolas precisam de ser alvo do uma redefinição do pricing, na medida em que deve ser levado em consideração a maior volatilidade climática, o que impacta diretamente os agricultores, que dependem desta proteção para viabilizar as produções. A imprevisibilidade das secas ou a chuva excessiva é um exemplo claro de como as alterações climáticas afetam o perfil de risco deste setor.
5. Novas oportunidades de negócio: Embora os desafios sejam evidentes, as alterações climáticas também abrem espaço para novas oportunidades neste setor. Seguros voltados para as energias renováveis, por exemplo, estão em ascensão. Além disto, seguros paramétricos, que pagam automaticamente com base em eventos pré-definidos (como a quantidade de chuva ou a velocidade do vento), estão a ganhar popularidade por serem mais eficientes em lidar com riscos climáticos extremos.

De que forma é que os Consumidores e as Empresas se podem preparar?

Particulares e empresas devem reavaliar os riscos climáticos das suas regiões e ajustar as coberturas das suas apólices conforme necessário. O recurso a um mediador de seguros especializado pode fazer toda a diferença no esclarecimento de questões mais técnicas e no aconselhamento direcionado para as necessidades individuais.

É igualmente importante que se invista em prevenção. Adotar medidas de mitigação de riscos, como a prática agrícola mais sustentável, podem reduzir, não só os dados quanto os custos associados aos seguros. Outra possibilidade, passa pela exploração de novas modalidades de seguros. Seguros paramétricos e opções específicas para energia renovável, infraestrutura verde e resiliência climática são tendências que podem oferecer mais segurança e melhores condições de custo-benefício.

Ou seja….

É inegável o impacto que as alterações climáticas estão a provocar no setor segurador. Estas continuarão a crescer à medida que os eventos climáticos extremos se tornem mais frequentes. As seguradoras estão a ser forçadas a evoluir para acompanhar novos desafios, e tanto os consumidores como as empresas, precisam de se preparar e adaptar a novas realidades. A chave para enfrentar este cenário de incertezas está na combinação entre a inovação tecnológica, adaptação proativa e uma gestão de riscos consciente.

Com estas mudanças, as seguradoras deixam claro: o clima mudou, e os seguros também. Estar preparado é essencial!

Por Sara Bando, Desenvolvimento de Produtos e Controle