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E se acontecer um sismo em Lisboa?

Patrimoniais Segurança Seguros

É do conhecimento geral que o último grande terramoto em Lisboa foi em 1775. Mais precisamente no dia 1 de Novembro. Atingiu com grande violência a zona da baixa de Lisboa e ainda grande parte do litoral do Algarve e Setúbal. O número de mortes foi de aproximadamente de 10.000 pessoas, o que se deveu também ao tsunami que atingiu a cidade após o terramoto.

Depois deste sismo, não há registos em Portugal Continental de um sismo com esta magnitude e com um número tão elevado de mortes.

Mas a pergunta que fazemos é se este acontecimento se pode repetir num horizonte próximo?

A probabilidade de ocorrer um novo sismo de grande magnitude em Lisboa é algo que não pode ser previsto com exatidão. No entanto, especialistas e peritos em sismologia são unânimes em considerar que o risco é real e que um evento semelhante ao terramoto de 1755 pode acontecer novamente.

Portugal está localizado numa região com atividade sísmica significativa, especialmente devido à sua proximidade com as placas tectónicas Africana e Euroasiática. Isso contribui para que a probabilidade seja maior, além claro de já ter acontecido no passado.

Há registo de atividade sísmica recorrente em Portugal Continental e nas ilhas. Os especialistas monitorizam constantemente essa atividade e trabalham em medidas de prevenção e preparação para minimizar o impacto de um novo sismo desta escala.

Mas e a prevenção na construção dos edifícios? O que tem sido feito?

Infelizmente a realidade é que grande parte dos projetos de construção não respeitam a regulamentação em vigor, no que se refere à prevenção sísmica e as obras não são devidamente controladas neste sentido.

Quem poderia fiscalizar esta situação seriam as câmaras municipais que poderiam atestar o que o engenheiro colocou no projeto, mas estão impedidas de exercer essa função por lei, sendo o engenheiro projetista o único responsável. Esta responsabilidade acaba por ficar nas mãos do técnico responsável por executar o projeto.

Seria, pois, muito importante a existência da certificação sísmica do edifício e da construção, a exemplo do que existe hoje para a certificação energética.

A par desta certificação é importante que se entenda que a cobertura de fenómenos sísmicos nas apólices dos seguros de habitação é uma mais valia imprescindível em Portugal, há certas zonas com mais risco sísmico é verdade, no entanto todo o país tem zonas com atividade sísmica.

Ainda se compram muitas apólices sem esta cobertura devido ao prémio adicional, mas em caso de sismo estamos a falar de perdas muito avultadas sem qualquer retorno para o tomador da apólice sem esta cobertura.

E o que aconteceria em Lisboa se acontecesse um novo sismo de igual magnitude ao de 1755?

Segundo um estudo de Maria Luísa Sousa Sotto-Mayor, investigadora do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, uma nova catástrofe semelhante à de 1755 resultaria num número entre 17 a 27 mil mortes.

Quanto às zonas afetadas, seriam as zonas mais antigas de Lisboa.

Quanto mais o tempo foi passando após a tragédia de 1755, foi se instalando um sentimento de “relaxamento” principalmente em relação à construção dos edifícios e também em relação a simulacros, medidas de proteção para as famílias, entre outros.

Uma das maneiras de reduzir os riscos associados é se as pessoas tiverem a perceção do risco, e começarem a ser mais exigentes em relação à segurança sísmica.

O estado tem assim um papel fundamental aqui, na divulgação e na implementação de medidas de prevenção assim como de fiscalização na construção dos edifícios

Por Mafalda Costa, Team Leader Gestão de Rede

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