Falar sobre a saúde mental em Portugal é um assunto que merece cada vez mais atenção.
Nos últimos anos, o país tem trabalhado para melhorar o acesso e a qualidade dos serviços ligados à saúde mental, mas ainda há muito a ser feito, pois a saúde mental não remete apenas para a ausência de doença, remete também para o bem-estar físico, mental e social.
Tendo em conta que somos seres idiossincráticos, ou seja, distintos e com características próprias, o sentimento de bem-estar nos vários domínios é diferente, pois o conceito não é igual para todos, depende de pessoa para pessoa, bem como dos contextos económicos, sociais, culturais e até políticos onde nos encontramos inseridos.
Vejamos alguns factos sobre esta temática:
– Segundo a publicação “Health at a Glance 2019”, Portugal é o quinto país da OCDE com maior consumo de antidepressivos e ansiolíticos, apresentando uma taxa de suicídio de 11,5 por 100.000 habitantes.
– Em 2019 a OMS lançou o programa “Special Initiative for Mental Health”, que tem como principais objetivos aumentar a cobertura de serviços para condições graves de saúde mental e reduzir a mortalidade por suicídio.
– Segundo um inquérito realizado pelo INE sobre as condições de vida e rendimento relativos ao período entre 2016 e 2021, 25% da população portuguesa referiu que a pandemia teve um efeito negativo na sua saúde mental, especialmente devido ao isolamento social e ao trabalho remoto, que promoveram grandes alterações nas suas rotinas e que levaram a uma necessidade crescente de estar sempre ligado à tecnologia, no final de contas o “novo escritório estava já ali”. Ou seja, os limites outrora criados entre a vida pessoal e profissional foram amplamente comprometidos, levando ao aumento de episódios de stress, ansiedade e depressões.
– Já em maio de 2021, a World Health Assembly, levou a que os governos de todo o mundo reconhecessem que é necessário ampliar a qualidade dos serviços de saúde mental. Paralelamente foi publicado um estudo “Small Business Prices” que colocou Portugal em primeiro lugar União Europa como o país como maior risco de Burnout.
Assim, e tendo a pandemia tornado ainda mais evidente que é necessário haver uma mudança de paradigma na sociedade, é urgente falar de saúde mental a todos os níveis.
O SNS está já a dar passos nesse sentido e para isso criou o Programa Nacional para a Saúde Mental onde os serviços de psiquiatria e saúde mental se organizaram no sentido de responder a eventuais pedidos de apoio de profissionais da saúde e a solicitações dos cuidados primários de saúde, tendo sido uma importante ferramenta de combate ao isolamento.
Também as seguradoras de saúde estão a alterar e a incluir nos seus produtos a cobertura de saúde mental e a aumentar a rede de prestadores, de forma a facilitar o acesso a este tipo de cuidados.
Contudo, não podemos falar sobre Saúde Mental, sem falar dos profissionais desta área e da necessidade de os proteger.
Com o aumento notório da procura os profissionais de saúde mental, e mesmo procurando estes exercer um trabalho de qualidade, e, que seja reconhecido pela sua dedicação e excelência podem cometer está sujeita erros.
Assim e tendo em conta o crescente aumento do número de reclamações contra profissões ligadas à saúde, não poderíamos deixar de referir a importância de ter um Seguro de Responsabilidade Civil Profissional.
Qual a vantagem de ter um seguro deste tipo? Que os profissionais exerçam a sua atividade com toda a segurança, protegendo a sua imagem, reputação e até o seu património pessoal em caso de reclamação e/ou condenação.
Este tipo de seguro garante a responsabilidade civil, por danos causados a clientes ou terceiros em consequência de atos ou omissões negligentes inerentes ao exercício da sua profissão.
Em suma, falar e tratar da nossa saúde mental é cada vez mais importante e urgente, sendo igualmente importante que os profissionais desta área se sintam protegidos, para que possam desempenhar a sua função com a maior tranquilidade possível.
Por Paulo Oliveira, Subscritor de Linhas Financeiras