O desafio de passar de um grande grupo segurador para uma MGA

Os últimos dois anos mostraram-nos que nada é garantido e muito menos previsível, fomos todos postos à prova, desde a emergente transformação digital até ao contacto com o cliente que muitas vezes não foi sequer permitido. Foi neste período de mudança que percebi que também eu precisava de um novo desafio, algo que me permitisse adquirir mais conhecimentos sobre diferentes linhas de negócio no mundo segurador.

A mudança de trabalho num contexto pandémico acaba por facilitar as saídas e dificultar as entradas nas organizações. Facilita porque o processo de despedida em formato virtual torna-se menos árduo e acabamos por conseguir gerir melhor as emoções, mas, por outro lado, acaba por dificultar a integração nas novas equipas e rapidez na aprendizagem de novos conceitos e culturas organizacionais.

No meu caso decidi sair de um grande grupo segurador para a Innovarisk, portanto de uma organização com mais de 3.000 colaboradores para outra com pouco mais de 20. A dimensão e maturidade promovem diferentes formas de organização e de trabalho, desde funções e processos bem definidos e hierarquizados para funções mais diversificadas e com maior facilidade de promoção de sinergias entre equipas, pois a sua reduzida dimensão assim o permite.

Apostei numa linha de negócio completamente diferente da qual estava familiarizado e no início havia sempre o mesmo trade-off “vou aprender algo diferente, mas como é que vou conseguir acrescentar valor relativamente a um tópico sobre o qual nunca trabalhei?” quando integramos equipas que promovem a formação e a interajuda, rapidamente entramos nos temas e estes receios deixam de fazer sentido.

A mudança promove novas linhas de pensamento, e este descondicionar da mente ajuda a trazer novas visões, novos caminhos, coragem renovada e muita vontade de em conjunto chegar mais longe, e isto torna-se possível em equipas multidisciplinares, ágeis e coesas.

Por Paulo Oliveira, Gestor de Rede de Mediadores