Área de Cliente/Parceiros :
blog | Tremores

Novos tremores lá fora, velhos temores cá dentro!

Habitação mercado segurador Seguros

Não, não é um ditado antigo, mas poderia ser. Cada vez que a terra treme com força em qualquer parte do mundo, por cá reacende-se a discussão sobre se estamos ou não preparados para um evento sísmico de grande magnitude. E estamos? A resposta não é assim tão linear e tentando resumir o que se tem discutido saliento o seguinte:

Estamos muito mais bem preparados do que estavam os nossos antepassados de 1755, porque os avanços científicos permitiram identificar as zonas de maior risco e hoje até é possível monitorizar a atividade sísmica de modo a prever um eventual sismo de grande magnitude. Nessas zonas idealmente existem planos de evacuação precoce que permitem salvar muitas vidas o que é de extrema importância. Mas e os bens imóveis? Não se devem tentar salvar? Já que sabemos onde o risco é maior o que é feito para minimizar os danos?

A idade de um edifício permite saber qual a legislação da época em que foi construído, o que por si só ajuda a classificar a sua resistência sísmica. Só que, uma coisa é legislação, outra, por vezes bem diferente, é execução, que à falta de fiscalização adequada nem sempre se cumpre. Há os casos de corrupção, em que no projeto está tudo “by the book” e na execução poupa-se no aço e vende-se gato por lebre. Atos de má-fé à parte, também houve muita construção clandestina, alguma que mais tarde até foi legalizada, mas que nem por isso passou por um estudo de resistência sísmica apropriado e muito menos obras de reforço. Isto acontece sobretudo nos arredores das grandes cidades.

Muitas destas construções são térreas ou com apenas um piso, mas o problema agrava-se quando são edifícios com vários pisos. Atenção, não quer dizer que sejam todas frágeis. Felizmente, algo que aconteceu em 1969 aquando de um sismo de magnitude elevada na zona de Lisboa, verificou-se que nalguns casos até tinha sido feito um bom trabalho, houve o conhecimento e a preocupação de quem construiu ainda que clandestinamente. Mas pelo menos à vista desarmada quase nunca há como saber de antemão se o que está aguenta um abalo forte.

E qual o papel dos Seguros de patrimoniais? Abreviadamente, e idealmente, é a Seguradora que paga a reconstrução dos danos causados pelo sismo. Isto se a cobertura estiver incluída.

Ao tarifar um risco além da idade da construção original devemos ter em conta a zona em que se situa. No caso de construção mais antiga se se efetuaram obras de reforço da estrutura de acordo com a legislação atual. Também é importante saber se se efetuaram renovações a nível das canalizações e eletricidade pois muitas vezes são causadores de danos subsequentes a um sismo, principalmente incêndios. Portanto renovações meramente estéticas não melhoram a qualidade de um risco.

Concluindo em Portugal têm se dado passos importantes a nível conhecimento, da legislação, e da fiscalização, pelo que podemos ter um certo grau de otimismo nas construções mais recentes. Têm-se feito estudos de estabilidade para os mais antigos e, nalguns casos, reforçado as estruturas existentes que se queiram preservar. Outros ficam como estão pois não há como desalojar milhares de pessoas. Aí fazem-se mais planos a nível da proteção civil no sentido de evacuação precoce e reza-se para que não aconteça o pior.

Por Filipa Peres, Subscritora de Patrimoniais

Fale connosco