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Novas formas de fazer arte

Novas formas de fazer arte

Arte Obras de Arte

Com os constantes avanços tecnológicos, e a disponibilidade de novas ferramentas e materiais, surgem novas formas de fazer arte. Alguns desses exemplos, e que cada vez mais nos são próximos, incluem a arte digital, a arte generativa e a arte ecológica.

A arte digital nasce a partir da utilização de tecnologias digitais, como computadores, softwares e dispositivos de realidade virtual e aumentada. Por outro lado, a arte generativa é criada através de algoritmos e sistemas automatizados, em vez da mão humana. Basicamente, os artistas programam e definem regras e linguagens para gerar formas e padrões, possibilitando a criação de obras únicas e até imprevisíveis. Já a arte ecológica é criada a partir de materiais reciclados ou desperdícios. Normalmente, tem como fundamento chamar a atenção do público para problemas ambientais, incentivando à reflexão sobre o impacto da atividade humana no planeta.

Estas são apenas algumas das muitas formas emergentes de fazer arte. É provável que, ao longo do tempo, acabem por surgir novas formas mais inesperadas e sofisticadas à medida que a tecnologia evolui e novas ferramentas são desenvolvidas.

Podemos chamar arte ao que é produzido por uma máquina?

Na verdade, as máquinas já fazem arte há algum tempo.

Com a crescente aplicação e recurso à inteligência artificial e machine learning, a produção de conteúdos artísticos tem-se intensificado nos últimos tempos. Hoje em dia já existem imagens, vídeos e até músicas produzidas por um computador ou por um software. No entanto, e apesar de todo o fascínio, é importante realçar que, embora possam produzir arte, as máquinas ainda se encontram limitadas na capacidade de compreender um contexto ou as emoções humanas que são tão importes na arte criada pela mão de um artista.  Há quem argumente que a arte em si é uma forma de expressão humana e que, sob esse ponto de vista, as criações feitas por uma máquina não poderão ser consideradas verdadeiramente objetos artísticos. Estaremos nós perante um tema controverso? Acredito que a resposta possa ser verdadeiramente complexa e, sobretudo, dependerá da nossa perspetiva individual. Uma coisa é certa, as máquinas assumem um papel cada vez maior na produção de conteúdos. Isso não encerra em si uma mudança na forma como a arte é produzida e consumida?

Do lixo ao “luxo”

A arte criada recorrendo a materiais reciclados ou desperdícios é conhecida muitas vezes como arte ecológica. É uma abordagem que tem como principal objetivo chamar a atenção do público para questões ambientais, promovendo a reflexão sobre o impacto do ser humano no planeta. Esta forma de arte, regra geral, tem associada uma mensagem social pertinente, para além de que constitui uma forma de upcycling e reaproveitamento de materiais que, de outra forma, acabariam no lixo. Mas terá valor a arte feita a partir do lixo?

É outra questão pertinente e controversa.

A resposta é depende. Depende de vários fatores, como o próprio propósito da obra, a habilidade artística do seu autor e a perceção do público. É importante recordar que o valor da arte é subjetivo e varia em função da época e da cultura em que se insere. Não podemos esquecer que, em tempos passados, algumas obras foram consideradas pouco valiosas na sua época, sendo “hoje” valorizadas como verdadeiras obras de arte. Na minha opinião, a arte feita a partir de lixo poderá ter um valor social e político importante, pois poderá incentivar à reflexão. Em última análise, o “valor” é uma questão de opinião pessoal e que poderá estar sujeito a mudanças com o decorrer do tempo.

Nos dias de hoje é mais fácil fazer arte?

Depende do que consideramos ser arte.

Hoje em dia, e devido às tecnologias e ao acesso à informação, pode ser mais fácil fazer arte, já que existe um manancial de ferramentas digitais e softwares que permitem a criação de obras sem que o utilizador disponha de habilidades técnicas avançadas. Somado a isso está o facto de que podemos sempre aprender mais sobre arte e inspirarmo-nos com o trabalho de outros artistas com mais facilidade do que antes, muito por conta da informação disponível na internet e das redes sociais.

Não conseguimos prever exatamente o futuro da arte, mas é provável que este evolua com as tecnologias disponíveis nesse momento. A popularização da realidade virtual e aumentada poderá fazer com que existam mais artistas a explorar esses meios. Somado a isso, a diversidade cultural e a inclusão de outras perspetivas serão, certamente, importantes tendências no mundo da arte.

Uma coisa é certa, a essência da arte como uma forma de expressão humana irá permanecer.   

Por André Carvalho, Assistente de subscrição

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