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Como os Portugueses olham para os seguros?

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A atividade seguradora em Portugal é essencialmente conhecida pela publicidade e muito pelos seguros de massa, nomeadamente seguro automóvel, seguro habitação, seguro de saúde, entre outros. Não se trata de um tema frequentemente analisado, aliás a maior parte das pessoas olham para a atividade seguradora com desconfiança, que poderá estar relacionado com a possível falta de conhecimento sobre o tema e sobre a verdadeira função de um seguro.

Em muitos países europeus, os seguros são aceites como um investimento necessário, uma despesa considerada essencial no orçamento familiar ou empresarial. Em Portugal a realidade é diferente, existe uma maior tendência a encarar esta despesa como algo imposto que será melhor contornar. Existem vários seguros obrigatórios que são feitos pelas empresas ou particulares, pela preocupação em cumprir a lei e evitar coimas e não tanto com o objetivo de salvaguardar possíveis despesas inesperadas, honorários de advogados ou até indemnizações a terceiros, isto no caso da Responsabilidade Civil.

Quando falamos em seguros patrimoniais verificamos que existe intenção de cumprir a lei, aliada a uma preocupação acrescida com o património pessoal ou da empresa, apesar de ainda não ser suficiente para chegarmos aos mesmos números de adesão aos seguros de patrimoniais que existem em outros países da Europa.

Outro aspeto a considerar é que no nosso país existe uma maior valorização do prémio de seguro como aspeto

essencial da apólice, em detrimento das coberturas e outros aspetos da mesma. Isto pode trazer consequências negativas quando estamos perante um sinistro, nomeadamente: a insatisfação do cliente, a frustração das partes, o que contribuiu para a crença de que um seguro não serve de muito.

Se a todos os aspetos mencionados acrescentarmos o pouco conhecimento sobre a matéria e o facto de que muitas vezes as condições particulares, gerais e especiais não são lidas com a atenção necessária, temos a perfeita combinação para as coisas não correrem bem.

O papel dos mediadores de seguros é aqui também imprescindível para esclarecer o cliente e ouvir as suas

necessidades. Não se limitar a vender a solução pelo preço – apesar da pressão que possa existir – e tentar fazer um exercício com o cliente de verificação das coberturas e das suas reais necessidades.

Atualmente em Portugal ainda não se olha para os seguros como uma vantagem, exceção feita aos seguros de saúde que têm uma lógica um pouco diferente, ramo no qual existe uma certa imediatez no pagamento das despesas e no atendimento ao cliente. Com a crescente adesão aos seguros de saúde é normal que comece a existir mais conhecimento nesta matéria e menos equívocos na hora do sinistro.

Neste contexto em que falamos de atitudes e crenças não existem fórmulas mágicas. Conhecimento das apólices e do papel dos seguros são essenciais para a mudança da mentalidade e responsabilidade dessa mudança cabe tanto a quem oferece uma solução como a quem a procura.

Por Mafalda Costa, Gestora de Rede

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