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As burlas hoje em dia

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Vamos falar um pouco sobre um tema muito importante e, talvez, o maior flagelo atual na nossa sociedade: a burla.

Mas, se há uns anos os noticiários abriam com burlas não informáticas, atualmente quase todos os casos massificados são informáticos, sem grande esforço para os burlões, e com uma taxa de penetração cada vez maior, principalmente na população mais envelhecida ou com menos conhecimento sobre como funcionam estas ferramentas.

Este é um crime que, em valor, supera o de tráfico de droga, e que a pandemia veio intensificar.

A burla mais conhecida em Portugal é a chamada “Olá Pai, Olá Mãe”, que continua a crescer e a fazer vítimas. E os números da Polícia Judiciária refletem isso mesmo: nos últimos meses de 2022 (de setembro a dezembro) foram registadas 393 queixas. Mas, em 2023 e só de janeiro a meados de fevereiro, este número passou a 435 processos.

E como é que funciona esta burla?

Começa com uma mensagem enviada através do WhatsApp de alguém que se faz passar por filho/filha, usando diversos argumentos para estar sem telemóvel, e dizendo que é um número novo ou temporário. Também há casos de falsos netos, irmãos e até amigos. Todos pedem ajuda. Ou seja, dinheiro.

O valor das burlas em causa está longe de ser pequeno, tendo já superado o milhão de Euros, segundo a Polícia Judiciária. O valor pedido aos pais, avós, familiares ou até amigos, nas abordagens pelo Whatsapp é variável, e vão de 700 euros até 15 mil.

E como podemos proteger-nos destas e de outras burlas?

– Nunca enviar dinheiro ou dados pessoais sem falar diretamente com a pessoa primeiro. Fazer uma chamada para confirmar a identidade desta, ou fazer perguntas que os burlões não sabem responder: o nome da filha/o (o mais básico), uma data de nascimento, qualquer coisa que só a filha/o poderia saber

– Nenhuma entidade credível (no caso de pedido de dados pessoais) o vai fazer por mensagem ou por Whatsapp. Isso não existe, pelo que devemos sempre desconfiar. As entidades confirmam sempre estes dados por chamada telefónica. Nunca por qualquer chat de mensagens

– Nunca abrir links, seja por e-mail ou por mensagem, a não ser que venham de entidades credíveis. Mas sempre após confirmação

– Mesmo que os links pareçam verdadeiros, nunca os devemos preencher com informação como dados pessoais ou passwords.

Ser burlão é cada vez mais uma profissão e, como todas as profissões, vive de números.

Se, das 10.000 vezes que tentarem enganar alguém, conseguirem fazê-lo a uma pessoa, já é lucro. O custo de o tentar 10.000 vezes é irrisório.

Por Ricardo Pereira, Subscritor de Linhas Financeiras

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